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«Sou a amante dele, mas sou sua súbdita.»

Elizabeth Barry, a amante do Conde de Rochester, dirigindo-se a Carlos II, em O Libertino.

 

 

o libertino

 

«Vocês não vão gostar de mim», diz o libertino no prólogo do filme de Laurence Dunmore (Inglaterra, 2004). O mesmo poderia ter dito Yanis Varoufakis (o outro «estupor impertinente»), ministro das Finanças do novo governo radical de esquerda da Grécia, quando entrou pela primeira vez no parlamento da União Europeia para propor o fim das políticas de austeridade. «Sou John Wilmot, segundo Conde de Rochester, e não desejo ser apreciado por vós...»

 

 

Yanis Varoufakis, ministro das Finanças do governo grego de Alexis Tsipras.

foto YORGOS KARAHALIS/Bloomberg, 2015.

 

 

 

 

«Wren [ou a Europa?] está infeliz... e teme não haver espaço para a liberdade artística», é o que se deduz do grito de Carlos II, aliado de Luís XIV no estertor dos anos de glória do domínio absolutista. E concluiu: «Isabel teve o seu Shakespeare... dai-me uma obra-prima!», não supondo que o poeta Wilmot, o libertino, congeminava contra «o trouxa da Inglaterra» e o «fanfarrão da França», pois «o poema é um ataque à monarquia».

 

 

 Ainda em O Libertino, diz o Conde de Rochester ao novato Mr. Downs: «A minha companhia será a vossa morte». «Duma maneira geral, o poder é uma coisa que eu não quero ter», declarou o ministro das Finanças (o Satyros grego), numa entrevista à revista alemã Stern, no passado dia 12 de Fevereiro. Ditos assim, embora qualquer um dos mortais possa ter fé numa outra Europa, Varoufakis parece não merecer grande confiança...

 

Sugerindo os mesmos dilemas de Edward Pococke à crítica da razão de Wilmot (A Satyr Against Reason and Mankind, ou a sátira contra a razão e a humanidade, c. 1674), Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças da Alemanha, apresenta os governos português e espanhol como troféus das políticas de austeridade, e diz: «Tenho pena dos gregos, que elegeram um governo que de momento se comporta de maneira bastante irresponsável» (Deutschlandfunk, 16 de Fevereiro). Dois dias depois, o novo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, veio admitir que «pecámos contra a dignidade dos povos, especialmente na Grécia e em Portugal e algumas vezes na Irlanda» (Comité Económico e Social, 18 de Fevereiro). Afinal, estaria a Grécia à espera de uma solução vinda da Europa ou era a Europa que estava à espera de um milagre vindo da Grécia?

 

Porque, nas suas próprias palavras, tudo tem um preço («Deixais cair um lenço e ele volta para vos sufocar»), John Wilmot morreu muito cedo, aos 33 anos, desgraçado pela sífilis ou gonorreia ou outra qualquer doença venérea típica de amantes de prostitutas interesseiras («não aprecio putas com sentimentos»).

 

Afinal, como Elizabeth Barry no filme de Laurence Dunmore, todos somos súbditos do rei e amantes do libertino...

 

 

 

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que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

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