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  Post 115 -  Junho de 2013  

 

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manual de sobrevivência [ XIV ]

 

[ o cão escanzelado de Giacometti, o mundo de moribundos segundo Genet

e as aparições de Hessel ]

 

 

 

Pouco antes de morrer, Stéphane Hessel disse que, evidentemente, sabia que já não estava num campo de concentração nazi, mas ainda sentia a presença de Hitler muitas vezes no mundo à sua volta. No dia a seguir à sua morte, em Fevereiro de 2013, o Liberation publicou uma longa matéria a partir de uma entrevista a Hessel, onde ele dizia o seguinte: «J'ai toujours pensé qu'un prisonnier est fait pour s'evader.»

 

«Chega de democracia para inglês ver!», gritam os prisioneiros dos mercados e da corrupção nas ruas do Brasil.

A presidente, Dilma Rousseff, está a prometer aliviar a fome dos indignados, mas estes terão de confrontar-se de novo, depois do espectáculo do futebol e da visita do Papa, com os ossos descarnados de mais um país "emergente".

 

«Acordai!», clama o gigante brasileiro.

Hessel, que há-de ressuscitar ainda muitas vezes entre os moribundos, costumava citar Shakespeare: «Nós somos feitos da mesma matéria que compõe os sonhos, mas a nossa breve vida está envolta em sono.»

O Brasil, a China e a Índia são países "emergentes" porque têm muitos moribundos para trabalhar e muitos moribundos para consumirem o produto desse trabalho em condições desumanas.

 

O capitalismo continua a dar voltas no seu próprio estômago...

 

 

 

 

foto HERMANN BREDEHORST Stéphane Hessel (Fevereiro de 2012).

 

 

 

 

 

 

 

 

poderei morrer assim, escanzelado, mas com toda a minha raiva encarniçada nos ossos de bestas obesas.

 

 

 

 

 

 

_______

«Sou eu. Um dia vi-me assim na rua... um cão», disse Alberto Giacometti a Jean Genet em 1957. Não estaremos hoje todos escanzelados como o cão de Giacometti? Afinal, o mundo de Giacometti era um mundo de moribundos. Porque será que o que é verdadeiramente heróico (a beleza, como diz Genet) tem de nascer sempre das feridas?

 

 

 

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